(A Vida de Tayuya agora está nas mãos de Yuusako!)

 

Yo! A Hikari especial do mês de agosto está de volta com mais uma parte do conto "O Ronin e a Princesa". Quem leu a primeira parte deve estar morrendo de vontade de saber como será a aventura de Yuusako e Tayuya. 

Vale lembrar que esse conto é original. Quando resolvi escrevê-lo foi pensando em reunir um pouco da minha paixão pela cultura japonesa e a arte de escrever. Vários animes como Inu Yasha, Samurai Samploo, Samurai 7 etc. Fizeram parte do repertório cultural que contribuiu para o enredo e construção dos personagens.

Da mesma forma, acredito que qualquer um pode fazer sua estória. Seja fanfic ou original o que importa é a criatividade!

Antes de ler a segunda parte, se você ainda não leu a primeira clique aqui!

Então vamos a leitura!

 

O Ronin e a Princesa (Parte II)

Quando Tayuya acordou estava em seus aposentos, o mesmo quarto onde antes Yuusako havia despertado, próximos à lareira, tomando uma xícara de chá juntos e muito sérios por sinal, o ronin e a dona do prostíbulo conversavam e demonstravam estar de acordo sobre algum assunto. Akeno percebeu que sua protegida havia despertado e levantando-se foi até ela, a mulher tinha os olhos marejados.

— Desculpe, acho que forcei você demais.

— Não… Não se preocupe Akeno-sama, estou bem.

— Que bom, porque o momento chegou.

Aquelas palavras soaram nos ouvidos de Tayuya como um alerta e ela se levantou e sentou-se sobre o futon.

— Quer dizer que…

— Sim, Yuusako aceitou guiá-la em seu retorno.

Tayuya olhou para Yuusako que assistia um pouco afastado a cena.

— Despeça-se de todas, vocês partirão hoje à noite… Enquanto isso farei os preparativos.

A mulher deu um beijo na face da garota e despedindo se do ronin deixou a sala.

Você deve se perguntar o que realmente estaria acontecendo, atente-se aos fatos, enquanto Tayuya dormia, Akeno Kuriori contou tudo sobre sua ligação com a garota para o amigo. Ela, Akeno, quando tinha 23 anos, vagava pelas terras do Japão a procura de moldar seu destino, caindo nas graças de um velho daimyô da província de Kozuke, casou-se e herdou toda a sua fortuna quando ele faleceu. Sozinha, vivia uma vida vazia e descobriu que não poderia ter filhos, pois era estéril, mas como uma benção, Tayuya apareceu.

Certo dia, enquanto passeava por entre uma das muitas florestas de Kozuke, solicitou que a carruagem parasse para que pudesse desfrutar de um banho em um lago próximo.

 

(A floresta onde um encontro predestinado aconteceu)

 

Enquanto desfrutava do mergulho não percebeu a aproximação de uma silhueta estranha, a figura corria desesperada com um embrulho apertado contra o peito, mais atrás outra figura inesperada surgiu em rugidos aterrorizantes.

Uma kitsune koryo — raposa amaldiçoada — criatura mística do folclore japonês, a fera, que perseguia a primeira figura, saiu da selva e era do tamanho de um robusto alazão, de uma laranja outonal em seus pelos e dentes afiadíssimos, carregava no pescoço um colar com uma pequena joia de cristal, e balançava ao vento quatro caudas que expeliam chamas a cada movimento. Akeno espiava tudo, paralisada de medo, de dentro do lago.

A primeira figura, que ela logo percebeu tratar-se de uma mulher, corria em sua direção fugindo da besta. A koryo disparou brasas ardentes com o balançar das caudas, as chamas quase acertaram a mulher, que com o susto tropeçou e deixou cair o embrulho bem à beira do lago.

Ela gritou para Akeno: “Salve meu bebê! Salve meu bebê!” e ela então, sem se importar com o que podia acontecer, saiu de dentro d’água e saltou sobre o bebê e ela tomou-o em seus braços e correu para bem longe, contudo acabou ouvindo os gritos de uma batalha: a koryo e a mulher.

Não podia deixá-la sozinha. Gritou por ajuda a seus servos. Aproximou-se de uma árvore, onde deixara suas roupas, e repousou a criança que chorava sem parar. Vestiu o yukata e tomou uma ninja-tô, que carregava em seus passeios, e correu de volta ao local do combate.

Ao chegar encontrou a fera dominando completamente sua presa que já desfalecia aos poucos na boca do monstro e desesperada desembainhou a lâmina e desferiu um golpe na besta, que urrou ao ter uma de suas caudas decepada. A koryo tentou acertá-la com as caudas restantes, mas teve seus golpes detidos por Akeno no entanto a criatura cessou seus ataques subitamente ao ter sua joia arrancada do pescoço. “Devolva! Devolva!”, gritou a koryo enfurecida. “Devolva agora!”

A mulher, a quem ela massacrava, jogou a joia ao ar. Soltando-a de sua boca, o monstro se jogou em direção a peça valiosa. “Quebre-a! Quebre-a!”. A mulher gritou para Akeno. Ela por sua vez obedeceu à solicitação e passou o fio da ninja-tô por sobre a joia, que se espatifou em mil pedaços. “Não!" gritou a kitsune, que se transformou em cinzas imediatamente.

Akeno aproximou-se da mulher, que já dava seus últimos suspiros e espantou-se muito com o que viu, elas eram idênticas, “Por favor, cuide da minha filha. Não existe ninguém nesse mundo melhor do que você a quem possa confiá-la. Um dia… um dia… Prometa-me que encontrará o guia de minha filha.” disse a mulher, que morreu nos braços de Akeno e a partir daí cuidou da criança como sua própria filha.

A falecida entregou a ela uma carta e outros objetos, onde explicava quem elas eram, Tayuya era a herdeira de um reino em outra dimensão, Um outro Japão, Izumo, Suas terras foram invadidas pelas kitsunes, yokais dos domínios de Yomi — terra vizinha ao seu reino e tal ato criou um colapso no equilíbrio dos mundos que poderá culminar em uma destruição das duas dimensões, para evitar isso Tayuya terá que retornar um dia com um guerreiro honrado e o único capaz de derrotar Shigeyoshi, a kyubi no kitsune (raposa de nove caudas), líder dos yokais.

 

(A kitsune koryo é um monstro assustador!)

 

Na carta dizia que quando isso estivesse próximo de acontecer o “dragão se revelaria”. O documento continha também instruções para o retorno de Tayuya.

Quando a noite caiu tudo estava como se como o de costume no castelo-prostíbulo de Akeno Kuriori, Tayuya despediu-se de cada uma de suas companheiras, com quem dividiu momentos de sua vida. Yuusako também fez seus preparativos, ainda não estava completamente convencido, embora tenha aceitado a missão.

Perguntava-se como sozinho poderia restaurar um império e Akeno garantiu que a imperatriz, mãe de Tayuya, havia deixado todas as indicações sobre o caso. Segundo ela, bastava que ele derrotasse o monstro Shigeyoshi em combate e  que ele não deveria desconfiar do que o esperasse do “outro lado”, como eles passaram a se referir à Izumo.

Tayuya, Yuusako e Akeno encontraram-se nas termas, que naquela hora, estava fechada para visitantes e Akeno instruiu mais uma vez Yuusako sobre o que ele deveria fazer e questionou-o se estava decidido sobre aquilo. Ele confirmou destemido e a mulher o abraçou forte, como jamais havia feito antes. Depois se dirigiu a Tayuya, que após ouvir todas as palavras de Akeno desatou a chorar e passou os braços em torno dela.

— Obrigado! Obrigado! — ela dizia em um choro desmedido, Akeno evitava transparecer as emoções — Prometo que não falharei com meu dever e vou honrar todos os ensinamentos que me deste… Serei uma imperatriz bondosa e respeitada! Mais uma vez obrigado por cuidar de mim quando mais precisei! Por tudo! Saiba que seja onde for, eu e você, teremos um laço forte a ser compartilhado, pois só há uma única pessoa no universo a quem poderei dizer tais palavras: Eu te amo! Mãe!

Akeno recebeu aquilo com um sorriso nos lábios e os olhos marejados, mas nada disse, a garota afastou-se e tomou a mão esquerda do ronin na sua e mbos estavam dentro de um enorme tei-gi desenhado no chão. Akeno tomou distância e tomou nas mãos um pergaminho velho,ela olhou fixamente para o casal a sua frente e, após um longo suspiro, leu o conteúdo do arquivo, uma récita mágica, o tei-gi sobre os pés de Tayuya e Yuusako reagiu àquelas palavras e brilhou forte.

Quando a luz se dissipou, Akeno viu apenas um pequeno rastro de fumaça saindo do lugar onde estavam as duas últimas pessoas queridas que possuía, desolada, desabou no chão e chorou amargamente, triste por perder seus amores, mas feliz por ter cumprido um ato nobre.

♦♦♦

Yuusako acordou após longas horas de sono profundo. Estava encostado em um tronco de árvore no meio de uma floresta, do seu lado, Tayuya repousava sobre seu ombro. Ela era linda dormindo e o toque de sua pele despertava emoções fortes no ronin, mas o guerreiro desviou sua atenção ao ver pequenos roedores movimentando-se ao redor. De imediato percebeu que não estavam mais no Japão, o clima era de outono, e em seu país era primavera. Isso só podia significar uma coisa: estavam em Izumo.

A princesa havia voltado para seu mundo,deve ter sido por isso que não desmaiou logo ao chegarem. Isso explicava ele estar recostado em um tronco, Tayuya despertou um pouco depois. Ele não quis acordá-la e desculpou-se por ter caído no sono daquela forma tão constrangedora.

O ronin, cortês, pediu a ela que esquecesse aquilo e tomando-a pelas mãos ajudou-a a levantar, em seguida saíram da mata e começaram a seguir pela estrada, logo quando a encontraram. Yuusako carregava consigo sua trouxa e a nodashi, enquanto Tayuya uma sacola com ferramentas, panos e alimentos.

Eles andaram bastante, Yuusako aproveitou esse tempo para se aproximar de sua companhia. Eles conversaram sobre várias coisas mas falaram principalmente sobre suas preferências, infância, talentos… Por fim ele perguntou sobre como elas haviam achado-o.

— Nós já tínhamos desistido de procurar, completei 24 anos, mas não encontrava alguém honrado o bastante para “despertar o dragão”. Minha mãe, Akeno-sama, tinha medo de que Shigeyoshi ainda estivesse atrás de mim, e para me esconder comprou aquele bordel a fim de disfarçar minha presença em meio a outras mulheres. Aquelas garotas nos acolheram com carinho e passaram a trabalhar para minha mãe.

Eu menti ao dizer que era uma prostituta, mas não confiava em você naquele momento para dizer qualquer outra coisa. Quando estávamos em Yokohama, seguindo a vontade de minha mãe em te encontrar, o dragão deu seus primeiros sinais de vida e então, cruzamos com você na rua uma única vez, e Akeno-sama soube que era você, contudo esperamos e testamos outras vezes. Em seu estado não podíamos garantir se era você mesmo que atiçava a marca em minhas costas.

Yuusako ouviu paciente e seguiram por mais um tempo, até que pararam para comer, Tayuya ofereceu a ele um ben-tô que trazia consigo ao mesmo tempo que comiam, estudavam outra das relíquias deixadas pela imperatriz: um mapa.

 

(A aventura ainda tinha muito o quê reservar à eles)

 

Ali estava detalhado todo o território do Império de Izumo antes da invasão de Shigeyoshi, as terras em branco pertenciam aos domínios de seu pai, o antigo imperador. As que eram na cor grafite eram os domínios de Yomi, onde yokais habitavam, eles, por sua vez, tinham que estar próximo da capital, Hikari, onde seu destino os aguardava.

Por sorte, um mercador, que vinha das cidades mais a oeste, passou por eles no final da tarde. O velhinho concedeu carona aos forasteiros, À noite chegaram a Hikari, a cidade era de uma desolação sem igual que nem mesmo Tóquio, quando ainda era Edo, viveu em um estado tão deprimente mesmo estando por anos em meio a conflitos.

A princesa solidarizou-se ao ver seu povo sofrendo nas ruas, velhos, crianças e adultos mal nutridos, cheios de flagelos e suplicando por comida. Quanto às kitsunes, essas viviam como nobres, e assumiram formas híbridas de feras-humanas para habitar naquele lugar.

Tayuya chorou, chorou tanto que foi preciso que Yuusako tomasse-a nos braços e acalmasse seu pranto e aquilo o comoveu de tal forma que toda dúvida sobre aquela tarefa desapareceu, mas ele só tinha um pensamento: nunca mais vê-la chorando daquele jeito.

O velho mercador deixou-os em uma viela no subúrbio de Hikari. Yuusako explicou que não tinha nenhum dinheiro para pagar a viajem ou mesmo uma hospedagem. O velho, prestativo, propôs-lhe uma condição, que ele o ajudasse a descarregar as mercadorias, contudo Yuusako não pestanejou, entregou Tsubakihime e suas trouxas a garota e passou metade da noite empilhando caixas de mercadoria.

Ela aguardou paciente e admirada vendo-o se dispor a fazer um serviço tão simplório para conseguir um lugar para eles descansarem e no final, o dinheiro que o velho lhe pagou não foi tanto quanto imaginava e mal deu para pagar um quarto. Yuusako e Tayuya tiveram que se conformar em dormir no mesmo quarto, onde das sete moedas de prata que o velho deu, cinco foram usadas para pagar as acomodações e as outras duas restantes pagaram um banho e uma refeição descente.

Na hora de dormir eles se deitaram sobre os futons no tablado envelhecido do dormitório Tayuya logo adormeceu, estava exausta, Yuusako, entretanto, custou a pegar no sono. Em sua mente meditava sobre o que viria a acontecer no dia seguinte. Ele era um homem de outro mundo, como poderia ser tão importante para toda uma nação? Como poderia cumprir seu papel se era apenas um espadachim? Como enfrentaria um monstro que provavelmente era mestre em magia?

Enquanto se questionava olhava para Tayuya. Nos últimos dois dias aquela garota foi a peça chave para uma reviravolta incrível em sua vida, por causa dela pode rever sua amiga, Akeno, e agora tinha a oportunidade de mais uma vez empunhar Tsubakihime em um combate onde a honra, acima de tudo, era importante.

A nodashi descansava em seu colo, Yuusako estendeu a mão e suavemente acariciou o rosto de Tayuya, a bela mulher à sua frente, embora jovem, atraía-o muito. Ele deveria ser pelo menos quinze anos mais velho que ela, mas não podia evitar admirá-la e desejá-la.

Deixou as dúvidas o dominarem ao construir esses pensamentos, seria possível que ele realmente poderia voltar a ser feliz? Se conseguisse cumprir sua missão o que faria? Retornaria para aquele Japão de lembranças más? Ou tentaria uma nova vida ali, servindo aquela garota que estava destinada a ser imperatriz?

Quando se perdia em pensamentos uma vibração e uma luz radiante chamaram sua atenção, Tsubakihime! A espada emanava um brilho e um som quase imperceptível, Yuusako olhou para Tayuya, achando que ela também tivesse percebido a alteração da arma, entretanto a garota continuava dormindo.

Parecia mais que o tempo estava parado e ele, receoso, tomou a espada nas mãos e a desembainhou, o clarão tornou-se mais intenso à proporção que a lâmina deixava a bainha e por fim tomou conta de todo o quarto, Yuusako fechou os olhos, e quando os abriu estava em um campo florido repleto de Camélias.

 

(A deusa Tsubakihime sempre esteve olhando por Yuusako)

 

Camélia, a flor que dava nome a sua espada, preenchia o campo florido com sua beleza, Yuusako não via Tayuya e nem percebeu que a lâmina não estava mais em suas mãos, ele procurava desorientado por Tayuya, ou qualquer outra pessoa, mas não viu ninguém, mas de repente alguém o tocou por trás e ele, instintivamente, procurou sacar a lâmina. Só então percebeu que ela havia desaparecido.

— Por que me procuras? — falou uma mulher alta de pele alva e roupas mais alvas ainda. A figura tinha cabelos brancos como à neve e olhos amarelos cintilantes. Na cabeça carregava uma tiara de camélias como uma coroa. — Estou tão diferente assim que não me reconhecesses mais Yuusako-sama.

— Quem é você? — ele falou entre os dentes.

— Entristece-me mestre ao não se lembrar de sua companheira.

— Tsubakihime? — ele perguntou atônito.

— Sim, sou eu.

— Mas como?

— Está é a minha forma neste mundo, a nodashi e eu somos o mesmo ser.

— E quem é você afinal de contas?

— Como você mesmo disse, sou Tsubakihime, a princesa-camélia, mas neste mundo também sou o Espírito do Vento. Vim aqui para te confortar Yuusako, meu mestre, e também prepará-lo para o combate que há de vir.

O espírito tomou Yuusako nas mãos e o fez sentar à sombra de uma cerejeira próxima.

— Sei o que deve estar pensando: “O que você é afinal de contas?”Como disse, sou um espírito, um ser transcendental que rege esta e a sua Terra, embora de modos diferentes e primeiro quero dizer-lhe que não há com o que se preocupar. Você é a pessoa certa para estar aqui e se não fosse, Kouga não o teria escolhido.

Kouga? Quem é este? — ele mostrou interesse nas palavras de Tsubakihime.

Kouga é meu irmão e marido, ele é o Espírito do Fogo, guardião da jovem Tayuya.

— Então o dragão…

— Sim, a tatuagem do dragão é a forma como Kouga se manifestou no seu mundo, mas deixe-me lhe contar um pouco mais sobre o que aconteceu aqui, e o que lhe aguarda, quando Hayao Miyazaki e Akemi Miyazaki, senhores de Izumo, conceberam um filho, uma profecia foi promulgada por um nobre sacerdote que já não vive mais. A criança que nascesse deles seria o responsável por reunir Izumo e Yomi, as duas nações das Terras do Extremo Oriente.

Todos aguardavam isso com ansiedade, exceto Shigeyoshi, a kyubi no kitsune, imperador de Yomi, ele temia perder o poder sobre os yokais e decidiu agir. Existem cinco deuses neste mundo, Miku, o Espírito da Água; Tampei, o Espírito da Terra; Chidori, o Espírito do Trovão; Kouga, o Espírito do Fogo; e eu, Tsubakihime, o Espírito do Vento. Enquanto eu e Kouga abençoávamos os humanos, meus demais irmãos protegiam os yokais, Para impedir que a profecia se cumprisse, Shigeyoshi montou um terrível plano.

Ele convocou Miku, Tampei e Chidori para um jantar, onde os aprisionou em receptáculos mágicos e fez isso para que os deuses não o amaldiçoassem por tentar alterar o destino, quando Tayuya nasceu, era dia de lua nova, e todas as defesas mágicas dos humanos estavam enfraquecidas. Shigeyoshi e seus lacaios kitsunes, invadiram Hikari e todo o império de Izumo e fizeram dos humanos seus servos, ele pretendia assassinar o bebê da profecia, mas foi impedido pelo imperador Hayao que, ao lado de meu amado cônjuge, combateram a fera.

Tsubakihime fez uma pausa, mas logo continuou o relato.

— Foi então que Akemi, junto do bebê, procuraram por mim, que estava cuidando dos preparativos para a primavera. Akemi solicitou-me proteção, que concedi. Hayao e Kouga perderam a luta e imperador foi morto, mas antes, enviou, por intermédio de meu irmão, uma última ordem, que Tayuya e a mãe fossem mandadas ao outro mundo e se escondessem, mas que um dia elas deveriam retornar ao lado de um guerreiro mais nobre do que ele e qualquer outro que já tenha reinado em Izumo, pois somente ele derrotaria Shigeyoshi. Eu cuidei em cumprir a solicitação. Contudo Shigeyoshi previu nossos movimentos e mandou seus servos kitsunes nos atacar. Eram vinte monstros ao todos.

 

(Kouga, o Deus do Fogo!)

 

Como Kouga estava muito ferido tive que lutar, consegui me livrar de quase todas as criaturas, mas uma koryo insistia em não cair e as seguiu ao seu mundo, quando,sem alternativa, enviei-as, selando Kouga na princesa, o objetivo era que ele ajudasse-as a encontrar o honrado guerreiro e eu só não podia imaginar que este guerreiro seria você, Yuusako Morino, com quem o meu “eu” do seu mundo já havia vívido grandes aventuras.

— E então? — ele disse sorrindo para o espírito — O que devo fazer de agora em diante?

— Você derrotará Shigeyoshi amanhã. As kitsunes são yokais poderosos, mas se seu líder for aniquilado, não haverá uma que se oponha a profecia, amanhã lutaremos juntos: eu, você, Tayuya e Kouga. Vocês para libertar o reino e nós para libertamos nossos irmãos, por hora descanse e confie em você mesmo.

Tsubakihime aproximou-se de Yuusako e repousou os lábios em sua testa e por fim, foi brilhando de forma incandescente até que assumiu a forma de espada e voltou a repousar no colo de seu mestre.

 — Obrigado por me permitir ter lutado tantas vezes ao seu lado honrado guerreiro.

Quando Yuusako percebeu que estava de volta ao quarto da hospedagem. Calmo, deitou-se e caiu no sono.

 

(Continua…)