Não se pode dizer que esse ano tem sido fantástico para o K-Pop. Muitas bandas fracas debutaram sem muita qualidade e originalidade no mercado, outras fizeram seus comebacks mas, da mesma forma, mantiveram-se em uma zona de conforto entediante não só para esse nicho, mas para a cena internacional num todo. Entretanto, algumas luzes nesse poço de trevas apareceram.

Eu já havia nessa coluna comentado sobre a girl band Nine Muses quando as mesmas lançaram o EP Wild, segundo desde que assinaram com a gravadora. Esse sim é o que posso dizer ser um caso de sucesso musical.

A boa produção conseguiu chamar atenção de um público significativo, resultando na gravação desse que é o primeiro álbum dessas sensuais mulheres. Sim, mulheres, pois essas nove já possuem uma idade e maturidade maior que os outros grupos do mercado.

Em Prima Donna, o conjunto de musas demonstra uma maior originalidade nas faixas, conciliando com a imagem adulta e sensual que elas portam, visto a intro de mesmo nome que abre os trabalhos, em um clima cabaresístico dando mesmo a impressão do inicio de um show.

E show mesmo é a faixa Gun, onde a letra safadinha encaixasse perfeitamente com a levada animada de uma banda aparentemente grande, com guitarras, baixo, uma bateria soul deliciosa e instrumentos de sopro. E o nível apenas sobe, com a sensacional Rumor, que com letras adultas em uma arranjo jazzístico já transforma em um orgasmo o primeiro ato desse CD.

A maior presença de sintetizadores e guitarras em A Few Good Man a deixa com uma aura roqueira glam bem divertida. Last Scene não chega a ser uma balada, mas é como um RnB das antigas e, embora a letra seja sobre dor de cotovelo, consegue ser delicada e absurdamente sensual, com lindíssimos solos de guitarra e baixo.

Just a Girl sim, é uma baladinha pop, mas bem suave, deixando a impressão de fim de festa ao violão.

Então inicia-se o terceiro ato em Miss Agent, onde predominam sintetizadores eletrônicos, inclusive 8 bits, com um refrão forte. O mesmo em Time’s Up, lembrando inclusive o estilo da japonesa Tommy February6… Aposto um bolo da Musa (?) que elas a usaram como influência. É uma nova festa, um novo clima. Acertaram em cheio.

Eu diria que em OMG inicia-se o encore do show. A mesma é um Pop/RnB moderno a lá Mariah Carey e Janet Jackson, dançante e com uma letra suave e até adolescente, caso comparada as outras do álbum.

E Ping de todas é a que possui o maior apelo funky, fechando com a mesma qualidade que predomina em todo apanhado de canções.

Eu diria que a partir de agora o Nine Muses finalmente conseguiu se encontrar musicalmente, podendo bater de frente em pé de igualdade quando o assunto é credibilidade com outro grupo de nove integrantes, o Girls’ Generation.